11.6.17

buying ban: maio/2017 (01/06)


Saldo do mês:


O que eu comprei

- Cheirinho para o carro
- Meia-calça de lã
- Blusa térmica (substitui pela blusa que queria da lista)
- Segunda pele (substitui pela blusa que queria da lista)
- Hidratante (substituindo o que acabou)
- 1 legging (na lista)
- 1 porta livros

O que eu queria ter comprado

- Muitos livros, em especial: Cem anos de solidão, Y: O Ultimo Homem Volume 3, o resto da série napolitana da Elena Ferrante.
- Um oxford muito bonitinho


Aqui fica o registro do meu primeiro mês nos meus seis de buying ban. Posso falar que foi muito difícil? Mais do que eu achava que ia ser?

Aliás falhei no primeiro dia. Fui no supermercado com mamãe e compramos um peixe que veio PODRE (foi o pior cheiro que já senti na vida e olha que já fiquei na marginal pinheiros num dia de sol). Ai voltamos e ganhamos um vale para trocar. Minha mãe comprou umas coisas e sobrou um tanto. Rodamos a loja pra ver o que achávamos e peguei um cheirinho pro carro, porque desde que comprei o carro queria ter um cheirinho e nunca comprei. No final, gastei 3 reais e depois que coloquei no carro lembrei que eu não podia ter comprado aquilo. Isso foi dia primeiro de Maio. Risos.

Acho que serviu pra eu perceber que muitas vezes eu comprava coisas sem perceber. Passa o cartão, tira nota da carteira. Pronto. No final vi que eu tinha zero consciência das minhas compras.

A parte difícil: eliminar influencias externas. Eu comecei a tirar qualquer loja que me mandava email (inclusive amazon) com promoções e produtos. Só que eu percebi que essa é só uma pedrinha de gelo do iceberg gigante que é nossa cultura de consumo. É blog que você entra te vendendo coisa sem você saber, é canal de youtube fazendo haul de tudo que você imagina e amigos recomendando tal coisa.

Um dia eu abri o instastories e vi uma moça que sigo, falando que uma loja no shopping estava em promoção de sapatos. Ai ela mostrou um oxford lindo, que eu queria muito, pela metade do preço. Meu primeiro pensamento foi: quando eu for no shopping comprar presentes eu dou uma olhada. Ai eu parei e lembrei que não podia comprar.

É engraçado essa sensação que senti logo depois: um mini pânico de que eu estaria perdendo aquilo e talvez eu deveria comprar, afinal quando ia ter promoção mais uma vez? Então eu lembrei: eu não preciso de um sapato novo.

Outra coisa, a mais difícil, foi me controlar para não comprar livros. Eu li "O Amor nos tempos do cólera" e queria ler os Cem anos de solidão do Gabriel Garcia Maques. Mas fiquei me controlando para não comprar, porque eu não podia. Eu quase comprei numa loja física, cheguei a pegar na mão e fui buscar o preço. Apenas 75 dinheiros. Larguei em uma prateleira. Pelo menos não comprei.

Nossa mente já é programada pra consumir e se a gente não se esforça pra perceber, é capaz de sucumbir aos desejos.

Uma das coisas que eu comprei, pois não foi por impulso e também acho que não entra no quesito "coisas": passagem de avião e hospedagem no chile! Eu e minha prima estávamos pensando em ir pro chile nas férias dela e acabamos fechando. Fizemos tudo bem economicamente: comprei as passagens com pontos e só paguei as taxas. A hospedagem vai ser num airbnb e gastamos 400 reais cada uma para dez dias.

Acho que a viagem vai me ajudar, pelo menos até final de Agosto a economizar. Principalmente porque eu preciso guardar dinheiro para ir pra lá tranquila.

Outras coisas que comprei fora do planejado: meia de fleece (que tem pelinho dentro) e blusas térmicas. Eu aproveitei para comprar para viajar, pois minha prima vinha me visitar e só precisaríamos ir na loja uma vez. No começo já pensei: preciso comprar duas segunda pele, duas térmicas, uma calça térmica, luvas. E só usar quando fosse viajar.

Ai me perguntei:
1) Pra que tudo isso? Eu poderia usar uma segunda pele apenas e uma blusa térmica. De noite eu tiro e deixo arejando. E eu comprei uma meia calça fleece pra não ter que comprar uma calça térmica. No pior dos casos, se eu sentir muito frio, posso comprar uma calça lá.

2) Porque esperar pra usar? Eu sei que a gente não quer estragar as coisas, mas se elas fossem de qualidade eu poderia usar e elas não estragariam (fora que a gente já pega as "manhas" da roupa, vê com o que fica melhor, etc).
Também decidi que eu só compraria se eu pudesse de fato usar com minhas roupas normais. Nada super colorido para neve que eu ia usar uma vez a cada três anos.

Aí como comprei essas blusas, risquei da minha lista a blusa de frio que tinha me planejado para comprar.

Ou seja: foi difícil. Eu comprei coisas fora do que precisava e da lista também.

De impulsiva comprei o cheirinho do carro e o porta livros de quando fui no castelo rá-tim-bum. No segundo, fiquei com medo de não poder comprar de outro jeito (não conseguiria mesmo). Mas também não precisava, porém estou me forçando a usar de qualquer jeito haha.

E infelizmente eu percebi que gastei muito com saídas para comer, principalmente porque recebi visitas, saí com amigas, fui passear, enfim. Quando é dessa parte de sair, normalmente eu não controlo porque gasto pouco, ou seja, acabei gastando muito. E eu percebi que tenho dificuldade em falar não pras pessoas, principalmente quando eu não vejo essas pessoas a muito tempo.

Ai também veio outro gasto alto: renovar carteira de motorista. Esse era um gasto completamente não planejado pois: achava que faltavam anos pra vencer haha. Se não tivessem mandado carta eu ia ficar ANOS dirigindo com a habilitação vencida. Mas renovei e menos 150 reais no meu bolso. Ouch.

No fim das contas, não posso falar que eu fui super bem sucedida, mas também não posso falar que eu falhei totalmente. Comprei zero livros esse mês e pra ser sincera, já não fico a louca das lojas online e chorando que quero comprar tudo.

Sinto que a alguns meses atrás eu daria ombros, falaria "at least i tried" e me recompensaria gastando todo o salário em livros e coisas que não preciso. Mas eu fiquei contente com esse mês, porque apesar de falhar, eu aprendi muito sobre mim mesma e quero muito ser bem sucedida no mês de junho. Então vamos continuar.

5.6.17

It's like forgetting the words to your favorite song








Outro dia, passando pelo twitter, vi uma booktuber que eu sigo, postando sobre como uma autora (que ela gosta) viu a luz e não é mais amiga de uma outra autora (que ela detesta). Essa e outra moça não perdem a oportunidade de alfinetar essa tal autora que elas odeiam. Vi uma que quase não leu um livro que ela amou porque tinha uma indicação da tal autora.

Já tinha visto essa implicação e ficado muito brava, mas dessa vez, a única coisa que consegui pensar foi: Que perda de tempo, passar horas seguindo e buscando sobre uma coisa que você não gosta.

É bem engraçado isso, como a gente gosta de alimentar esse ódio que sentimos por algo. Eu percebi que mesmo me irritando pelas atitudes das pessoas, de blogueiras, influenciadores, celebridades, amigos, família, eu gostava de seguir a pessoa, ver ela fazendo uma coisa que eu não gostava e ainda ficar reclamando sobre isso.

Fiquei pensando quanto tempo a gente não perde com isso, com coisas tão desnecessárias para a nossa vida, quando podíamos estar atrás de algo que a gente gosta, que faz bem pra gente ou que nos faz feliz. É claro que é gostoso falar mal e reclamar, mas e aí? Pra quê isso serve?

Não posso falar que eu não faço isso jamais, que eu sou um ser iluminado que não fala mal de nada e de ninguém, que só gasto meu tempo com coisas produtivas. Ainda estou num processo de mudança, mas só de não sentir raiva da moça, de pensar que aquilo era bem inútil e que ela podia estar fazendo outras coisas mais legais, eu vi que também não estou igual era a um tempo atrás.

E isso tem me incomodado bastante, não só na internet, mas na vida em geral. Percebo que passo muito menos tempo reclamando de algo e simplesmente ignorando quando eu posso. Que eu não entro mais em conversas e evito pessoas que amam falar mal uma das outras e prefiro ficar na minha.

E eu sinto que isso tem me ajudado bastante a viver uma vida melhor. Percebi que passava muito tempo com essa negatividade sempre comigo. Que eu ficava com medo dessas pessoas que falavam mal de todo mundo, poderiam também falar mal de mim.

Como eu disse, eu não sou uma santa que mudou completamente e nem quero ser. Mas fico feliz por pensar que esse ano está sendo maravilhoso e que minha vida está mudando tanto assim.

(Post espontâneo que nasceu quando eu devia estar fazendo faxina no quarto e as respectivas fotos da faxina. Algumas coisas nunca mudam.)

1.6.17

Lidos: Maio (2017)

Mais um mês, mais um lidos. Esse mês foi um mês ok. Eu comecei um diário de leituras, um caderninho que eu vou anotando todos os meus pensamentos bagunçados sobre as leituras que eu estou fazendo.

Estou sentindo que minha relação com a leitura anda mudando um pouco também. Eu não estou tão concentrada em números e sim em tirar o máximo possível de um livro. Talvez tenha sido um dos livros que eu li esse mês, que me fez sair da caixinha e pensar incessantemente sobre ele.
Enfim, vamos:


#30 | A Court of Wings and Ruin | S.J. Maas | EN | ★★★☆☆
Esse era um dos livros mais esperados (senão o mais esperado) por mim esse ano. Terminar a saga da Feyre nesse ultimo livro foi legal. Ainda assim, sinto que me decepcionei com algumas coisas e evolui o suficiente como leitora para não conseguir deixar algumas coisas de lado.
Achei que a narrativa do começo do livro ficou um pouco preguiçosa. Tudo era contado ao invés de mostrado, o que fez com que eu não sentisse nem metade do desespero que eu deveria ter sentido. Mais pro meio do livro ela melhora, mas sinto que grandes partes foram cortadas então ficam uns buracos no meio. O final foi bem rápido também. Meio anti-climático.
Fiquei um pouco irritada com os personagens. Feyre, no começo, ficava sempre falando para si mesma o quão poderosa ela era, o quão rápido ela podia terminar com tudo e no fim, quando precisa mostrar mesmo, ela não dá metade do que promete. As irmãs da Feyre foram minhas preferidas. Gostei muito delas, juntamente com o Cassian e o Azriel (meus bebês lindos). E Amren, é claro. Acho que a Amren é uma das minhas personagens preferidas do mundo literário. Quero muito ler um livro só dela.
Agora Mor e Rhys. Ah, que decepção. Depois de ver que o Rhys é bonzinho, parece que a Sarah J Maas falou: ok, agora ele vai ser reduzido a par romântico e sedutor. Ele e a Feyre não tem discussões, os dois fazem sucessões de merda e o outro deixa passar e defende a qualquer custo. Isso não é legal gente, você pode discordar das pessoas que você ama.
E a Mor. Olha, gostei do caminho que a personagem dela (parece) que vai tomar. Ainda assim tem uma parte ali que me fez querer jogar o livro na parede.
Eu acho que o problema com os personagens do livro não é o fato deles terem falhas e sim das outras pessoas não brigarem com elas ou falarem umas verdades na cara delas quando elas são horríveis. Pareceu alguma coisa como "vamos ser horríveis e tudo bem, porque somos uma família." Não.
Eu gosto de personagens com falhas, personagens que tem uma moral meio cinza. Mas também gosto de personagens que falam a verdade um pro outro.
Achei que o Tamlin está caminhando para uma redenção, o que foi bom do ponto de mostrar que ele não é totalmente mal. O Lucien se redimiu um pouco, mas pelo visto ainda tem chão.
Ficaram muitas pontas soltas. Acho que vão ser lançados mais 5 livros, todos únicos, mas todos sobre esse universo. Pelo que entendi vão ser focados em casais diferentes. Não sei muito bem como me sinto sobre isso, me parece que é ficar tirando leite de pedra. (E ainda assim estou super animada com o livro do Azriel e do Cassian?)
Como final de uma trilogia, foi apenas satisfatório.



#31 | O Amor Nos Tempos do Cólera | Gabriel Garcia Marques | PT | ★★★★★
Quando eu comecei o livro, eu sabia pouco sobre ele. Então eu tinha algumas concepções erradas.
Primeiro: eu achei que seria muito mais complicado de ler. De fato, a linguagem desse livro não é tão simples, o narrador é prolixo e nem tudo segue uma ordem cronológica. Ainda assim, eu percebi que passando a primeira barreira da leitura, quando eu mergulhava na leitura, ela fluía de uma maneira excepcional.
Segundo: eu achava que essa era uma história de amor romântico e bonitinho. Pra mim essa é uma história tão romântica quanto O Morro dos Ventos Uivantes. Ou seja, não é. Acompanhamos várias formas de amar nesse livro e vemos que nem sempre elas são saudáveis. Vemos que nem sempre o amor é aquela coisa bonita, simples e descomplicada que aparecem nas novelas, filmes e livros. O amor é cru, feio e ciumento. Ele é persistente e obstinado. E nem sempre ele é correspondido.
No livro, acompanhamos três personagens: doutor Juvenal Urbino, Fermina Daza e Florentino Ariza. Quando mais novos, Fermina Daza e Florentino Ariza ficaram noivos, da maneira como era antigamente: sem trocar palavras pessoalmente, apenas por cartas e durante muito tempo. Fermina Daza acaba se casando com um médico, doutor Urbino. E então se passam cinquenta e um anos, nove meses e quatro dias até que eles voltem a conversar.
Uma das coisas que gosto de fazer depois de ler clássicos é ler a opinião alheia. Assistir vídeos, ver resenhas, dissecar mesmo. Nesse caso, não achei muito material, apesar de muitas resenhas serem oito ou oitenta: ame-o ou odeie-o. Eu entendo os dois casos.
Os personagens não são perfeitos, assim como nós não somos perfeitos. O amor não é perfeito. Tem muitas coisas que acontecem no livro que fazem você desgostar um pouco (ou até odiar) os personagens. No fundo, esse não é um livro pra se amar ou odiar as pessoas nele e sim refletir. E ele me fez refletir muito.
Sinto que essa resenha ficou nada concisa.



#32 | The Thief | Megan Whalen Turner | EN | ★★★☆☆
Eu me interessei por essa série quando uma moça que odeia tudo no Goodreads disse que era boa. Por coincidência, ou destino, fica a gosto do leitor, no dia seguinte eu encontrei os dois primeiros livros da série por dez golpinhos cada no sebinho TLT.
Enquanto na maioria das vezes sou a primeira opção dizendo "que coincidência" e revirando os olhos para qualquer menção sobre uma força maior que guia a todos nós. Mas, algumas raras vezes eu encarno uma segunda Natalia, que acredita em destino, que considera a existencia de outros planos e na força do universo. Foi essa Natalia que comprou os dois livro.
Esse primeiro livro segue Gen, um ladrão nada discreto que acaba preso por não conseguir manter a boca fechada. Depois de algum tempo preso, ele é solto pelo Magus, um conselheiro do rei, para roubar alguma coisa muito importante.
É importante dizer que esse livro, o primeiro, é descrito como o mais fraco da série. Pra ser sincera, até o meio do livro ele é bem chato. São muitas coisas repetitivas, muita interação que você não entende. Da metade até uns 95% fica ok. E os últimos 5% fizeram ele ganhar duas estrelas. Sabe aquele gif do Andy de Parks & Recreations? Fui eu lendo esse final.
A construção de mundo é bem interessante. Acho que faltou um mapinha nessa edição pra poder entender melhor todas as andanças que aconteceram. Eu gostei como ocorrem inserções de histórias mitológicas dentro da história e de como essas histórias tem pequenas variações de povo para povo.
Acho que o final faz toda a história e os personagens fazerem muito mais sentido. Deu pra soltar aquele "ahhhh" de satisfação quando tudo faz sentido sabe?
Fiquei interessada para ler mais sobre esse mundo.



#33 | The Queen of Attolia | Megan Whalen Turner | EN | ★★★★★
Gente, que livro foi esse? Além de ter melhorado a narrativa e a escrita, esse livro foi muito mais adulto.
O livro começa mais ou menos um ano depois do final do outro, numa sequencia que parece bem confusa no começo e bem chocante no final. Novamente a autora usa bastante uma narrativa que esconde coisas do leitor e que quando você entende tudo fica surpreso e contente.
Nesse livro pudemos conhecer melhor os personagens, que no primeiro não foram bem explorados. Gen sofre uma mudança terrível e a maneira como seu personagem reage a isso é bem interessante. Conhecemos mais das rainhas de Attolia e de Eddis, o próprio pai do Gen também participa do livro.
A autora continua inserindo fábulas e lendas daquele mundo no meio da história, o que é muito legal. Novamente faltou um mapa na edição pra poder entender o mundo, porque agora conhecemos mais nações e países, o que torna muito difícil acompanhar tudo.
Esse livro, e talvez essa série toda, é bem diferente de outras séries que eu já li de fantasia. Ela tem quase um ar de fábula/história épica, sabe? Como uma história grega, aonde tudo acontece, os deuses estão ali presentes, um grande espaço de tempo de passa, a gente tem uma visão bem básica dos personagens, mas nada muito aprofundado e ela tem aquele ar de magia mesmo, sabem? Não sei explicar direito, mas talvez alguém entenda.
Ou seja, talvez não seja uma série pra todo mundo, com certeza não é uma série como Game of Thrones ou O Nome do Vento ou qualquer outra série que eu já li que segue personagens e seus dilemas morais e o dia-a-dia.
Quero muito ler os outros livros, mas como quero diminuir os livros sem ler na estante, vou esperar um pouco antes de continuar!


Segundo o goodreads estou adiantada na minha meta, ou seja: yey.

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