5.8.17

It's just another graceless night

(ou: uma surra de fotos)

No começo do ano eu passei uns dias em Curitiba com minha mãe. Quando comecei esse post, ele ia falar dia a dia o que eu fiz, o que eu gostei, o que não gostei, enfim, um guia da minha viagem. Mas a verdade é que eu me lembro poucas coisas dessa viagem. Minto. Me lembro de coisas que eu senti e impressões que eu tive, mas o que mais me marcou foi que essa viagem foi meu pico de ansiedade.

Eu fiz essa viagem "forçada", já que a alergia voltou no começo do ano e meus pais me fizeram tirar um tempo para descansar. Mal sabem que essa viagem foi tão estressante que me deixou mais doente que antes.

Muitas pessoas falam que são ansiosas. Acho que sentir ansiedade por uma coisa que vai acontecer seja boa ou ruim é normal. O problema vem quando essa ansiedade começa a aparecer em momentos que ela não deveria estar presente. Ou quando um pequeno problema se torna uma bola de neve na sua cabeça e você sente uma pressão no peito e não consegue respirar. Ou quando você sabe que precisa tomar uma atitude, fazer alguma coisa e a única coisa que você faz de fato é deitar - sem nem mesmo conseguir dormir, porque pra você sofrer você precisa estar acordado.

E eu sinto uma raiva descomunal de quando as pessoas falam que são muito ansiosas, risos, até demais, nossa, deveria tomar um remedinho, quando ela parece tão normal ou feliz. Então fico pensando se eu passo essa mesma vibe de que sou feliz e bem resolvida e desencanada quando de vez em quando sinto vontade de chorar na frente do computador do trabalho e colocar todas as minhas coisas no carro e ir embora pra sempre.

A viagem se resumiu a andarmos e andarmos e no tempo em que não estávamos andando eu estava deitada na cama do quarto de hotel pensando que tudo aquilo era um erro. Como eu tinha escolhido um hotel num lugar errado e perigoso, como eu tinha escolhido passeios errados, como eu era estupida por sentir medo de dirigir sozinha e estava gastando dinheiro com uber sem necessidade.

As vezes a ansiedade também te faz ver as coisas por um angulo diferente, um filtro distorcido da realidade. E como eu disse, a marca que ficou em mim não foi uma de finalmente conhecer um lugar que eu queria a muito tempo, de estar viajando e sem trabalhar um pouco, de me dar um descanso merecido depois de passar um ano infernal fazendo tcc. Ficou a marca daquelas tardes aonde eu não tinha força para fazer nada.

Com uma nova viagem se aproximando, esses sentimentos voltam novamente. As infinitas perguntas sem resposta. E se alguma coisa der errado? E se a gente se perder? E se a gente não conseguir se entender com as pessoas? E se minha amiga não gostar do roteiro que eu fiz? E se eu escolhi tempo demais?

O fato é que todas essas perguntas tem respostas simples. Se der errado nós tentamos achar uma solução. Se a gente se perder tem google maps e perguntar para pessoas. Eu sei bem espanhol e deveria ter confiança em mim mesma. Se ela não gostar, ela deve aprender a fazer roteiros e não deixar as coisas na minha mão. Pode até ser. E ainda assim é um tempo que eu posso usar para fazer o que quiser, explorar uma outra cidade ou sentar e tomar café em algum lugar o dia todo se eu quiser.

Mas é claro que é fácil pensar isso enquanto eu estou sentadinha em frente ao computador. É um exercício diário se lembrar que tudo vai ficar bem e transformar seus pensamentos. Andei pesquisando um pouco sobre isso e recebendo ajuda da terapeuta. Quanto mais você pensa negativamente, mais você vicia o seu cérebro a pensar assim e mais as coisas ruins acabam acontecendo. Sou uma pessoa um pouco cética, mas estou me esforçando para mudar.

E estou me esforçando ao máximo para lembrar coisas boas. E as fotos até que me ajudam muito.


































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