11.1.18

Lidos: Dezembro (2017)

Meu objetivo era postar isso logo no final de Dezembro, mas as férias e o cansaço venceram, acabei deixando para o começo desse ano. Li quatro livros no mês - uma HQ muito boa e o melhor livro da minha vida.



#74 | Y: O Ultimo Homem Volume 4Brian K. Vaughan | PT
   A cada volume que eu leio dessa HQ eu penso em como ela não pode ficar melhor e em como ela sempre fica. Esse volume focou muito mais nas companheiras do Yorick, o que me fez muito feliz. Descobrimos coisas do passado das duas. A agente 355 se abre sobre sua familia e o que a levou a se tornar uma agente numa agencia secreta. A Dra. Mann também ganha a história familiar e descobrimos mais sobre aquele experimento que ela comentou nas edições anteriores.
   Estou meio triste que este o próximo é o ultimo volume. Quando pegar a próxima, vou reler tudo!




#75 | The Fifth SeasonN.K. Jemisin | EN
“For all those that have to fight for the respect that everyone else is given without question.”
   O mundo vai acabar. Três coisas acontecem: uma mulher tem seu filho brutalmente assassinado pelo marido, a maior cidade do império é destruída e uma fenda se abre por todo o continente, jogando cinzas que escurecem o céu por anos.
   A mulher, Essun, é uma Orogene, um tipo de pessoa que pode utilizar poderes da terra, "puxando" a energia de coisas vivas para utilizar poderes. Também seguimos outros dois pontos de vista: Syenite, uma orogene que está no Fulcrum, a organização que estas pessoas tem para serem mantidas na linha e precisa fazer algo bem desagradável. E Dayama, uma menina de pais "normais" que descobre ser Orogene em um ataque de raiva e é levada por um dos guardiões.
   Esse livro é bem difícil no começo. Essas informações que eu falei ai encima são espalhadas pelas primeiras 100 páginas. A autora te joga no meio da história e além de entender o que está acontecendo, você precisa entender também o mundo e as protagonistas dos livros e seus passados. E isso é bem complicado. Não me surpreendo se muita gente desistir desse livro antes de chegar nas 150 páginas, quando você já está meio que habituado a tudo e consegue seguir a história.
   A autora aborda preconceitos - os Orogenes são perseguidos e controlados, religião - os sacerdotes carregam escrituras sagradas que falam sobre como as pessoas tem que viver e porque os orogenes são maus, um castigo do Pai Terra, sexualidade, abuso e muitas outras coisas. Definitivamente não acho que é um livro YA. Acho que é um paralelo nada sutil com a escravidão, principalmente nos estados unidos. Os próprios Orogenes são chamados (ou xingados) de rogga, que me pareceu muito a palavra nigga (do inglês é uma expressão preconceituosa com negros).
   Me apeguei bastante a Syenite. Acho que ela é a personagem que mais aparece e tem um ponto de vista "normal" na terceira pessoa. Isso porque a Essun, que está traumatizada depois de perder o filho, tem um ponto de vista um pouco diferente - escrito na terceira pessoa, na forma de "você", porém misturado com a primeira pessoa. Isso acabou afastando um pouco a minha leitura dela e foi bem complicado, mas creio ser bem proposital para mostrar a confusão mental da mulher. Aliás depois de um tempo dá para perceber que as narrativas não estão no mesmo período e quando elas se juntam você fica de cara no chão (ou eu fiquei pelo menos!).
   Aqui temos representação: quase todos os personagens são negros e temos diversas orientações sexuais. Nós temos diversas formas de amor. E a hora que todas as histórias se encaixam são demais! Fiz a cara do Andy de Parks and Recs no final.

#76 | O Assassinato de Roger AckroydAgatha Christie | PT
“The truth, however ugly in itself, is always curious and beautiful to seekers after it.”
    Quis ler um pouco de Agatha Christie e sempre que eu buscava por melhores livros apareciam os mais famosos: O Assassinato no Expresso do Oriente e E Não Sobrou Nenhum. Esse terceiro livro sempre estava acompanhando os outros dois em qualquer lista que eu peguei. Então, aproveitando minhas férias de final de ano, resolvi pegar para ler (nada melhor que um livro de mistério para te acompanhar na praia).
   Para minha surpresa, acertei o/a assassino/a! Acho que minha paranoia é tão grande que quando os autores descrevem qualquer coisa eu já fico pensando se isso é relevante para a história. O mais engraçado é que isso não funciona quando o assassino é muito óbvio - eu sempre penso que é óbvio demais e acabo criando explicações na minha cabeça cuja probabilidade é minima.
   Sobre o livro: merece sua posição nas listas.


#77 | Cem Anos de SolidãoGabriel Garcia Marquez | PT
Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo.
   Ai entramos no melhor livro que eu li na minha vida. Para ser sincera, minha maior vontade depois de fechar o livro quando eu terminei foi reabrir na primeira página e ler tudo novamente. Só não o fiz porque eu queria ter uma caderno e uma caneta, anotar coisas nas bordas e marcar passagens. A verdade é que esse livro é incrível. Merece cada premio que recebeu, cada resenha positiva, cada palavra escrita sobre ele.
   Acompanhamos não um só personagem principal, mas toda a estirpe da família Buendia, desde a chegada de seus primeiros membros em Macondo até a decadência e fim deles. Esse é o livro que "fundou" o gênero de realismo mágico, denominação que o próprio autor não gostava muito. Segundo ele, não tinha nada mágico sobre essa história: era apenas a maneira como algumas pessoas viviam a realidade.
   Esse livro me fez refletir muito como ser latino americano influenciou na minha experiencia de leitura. E isso, de cada um interpretar a realidade de uma maneira diferente é a mais pura verdade. Meu pai é argentino e quando estávamos voltando da viagem de fim de ano, ele nos contou como há um lugar perto de onde ele nasceu, um deserto, onde há um santuário para uma mulher que, segundo as lendas, morreu atravessando o deserto enquanto estava com um bebê, mas ela conseguiu alimentar seu filho com leite mesmo depois de morta e ele sobreviveu. E que as pessoas sempre levam coisas para esse santuário, mas que se roubam as oferendas, algo dá errado e a pessoa não consegue ir embora. Então quando os ônibus estão saindo e não conseguem dar partida, os motoristas dizem que não vão sair até devolverem o que roubaram. Talvez algumas pessoas achem isso uma fantasia - poderia ser - mas para o povo de lá isso é a realidade normal de todos os dias.
   Só sei que quero ler tudo que esse homem escreveu e ler muitas coisas de realismo mágico.

Um comentário

  1. Só quero dizer que: CEM ANOS DE SOLIDÃO TAMBÉM É O MELHOR LIVRO DA MINHA VIDA! Eu li quando ainda estava no ensino fundamental e era livro de ensino médio, eu meio que peguei escondido kkk. Quero muito ler mais vezes, agora com outra mente. O Gabo é um dos meus autores preferidos, super merecedor dos prêmios todos <3

    https://www.suspirare.com/

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